9 February 2014

Fragrances


Eu sou bastante básica no quesito maquiagem, acessórios e afins. Mas quando o assunto é perfume eu levo bem a sério! (rs) O aroma ou o cheiro (como queiram) de uma pessoa pra mim é como um cartão de visitas, que somado ao olhar e ao sorriso – ou falta dele –, imprime aquela primeira impressão. Desde que me conheço por gente tenho um olfato super apurado (podem perguntar a qualquer pessoa que me conheça, juro!) o que me rendeu uma certa adoração por perfumes e isso me levou a procurar mais, ler mais e, claro, experimentar mais. Depois de muito tempo passeando entre dois perfumes, descobri há dois anos aquele que veio pra ficar, o Blanche, da Byredo. Não por acaso, ou por um feliz acaso, vou me gabar só um pouquinho, descobri algum tempo depois que era o mesmo perfume de uma figura que é minha maior inspiração no quesito ‘moda-estilo’, a sueca Elin Kling, por quem me apaixonei em 2011! Olhem o que ela disse sobre o assunto em uma entrevista à Emily Weiss, do Into the Gloss, em agosto de 2012:

If I go to a meeting, I’ll wear a heavier perfume. It gives me a little more confidence...I feel a little stronger. Depending on how I’m dressed or who I’m meeting, I’ll change up my scent. In meetings, sometimes people don’t expect too much of me, so I get to surprise them—I like my fragrance to represent the strength in that. But if I’m having a more casual day, then my fragrance will be lighter. It’s a kind of a post-feminist way of thinking about it. Sometimes I’ll use my boyfriend’s fragrance. His Margiela scent is wonderful." 

(clique aqui para ler a entrevista na íntegra)


Essa, pra mim, é a tradução do que um perfume pode representar no seu dia-a-dia. Então fica aqui a dica, preste mais atenção ao que você comunica com seu perfume, que impressão você quer deixar? Eu gosto de sutilezas e acho que, assim como aquela velha história do ‘menos é mais’, o perfume muitas vezes pode substituir aquele acessório visual por um mais sutil, porém igualmente sensitivo.

Elin Kling

 ***


When it comes to accessories, make up and other visual stuff I must say I’m quite basic. But when it comes to perfumes and scents, well, I tend to take things really seriously! [joking] A scent – together with the eyes and a nice smile (or the lack of it) – are as powerful as a business card, I mean, they send the same kind of message as to who that person wants us to think they are. Since always (really) I’ve had a very sensitive nose and that lead me to reading and searching more what perfumes were all about. For years I’ve been wearing basically the same two perfumes, but two years ago I found THE one, Blanche, from Byredo and I’ve had it as my scent ever since. Not by chance, or by a very nice coincidence (let me cheerful and silly for a while here), that’s the same scent of my favourite and most inspiring feminine figure in the fashion industry, Elin Kling, with whom I’ve been inspirationally in love since 2011! So, on that matter, have a look at what she told Emily Weiss, at Into the Gloss, in an interview back in 2012:


If I go to a meeting, I’ll wear a heavier perfume. It gives me a little more confidence...I feel a little stronger. Depending on how I’m dressed or who I’m meeting, I’ll change up my scent. In meetings, sometimes people don’t expect too much of me, so I get to surprise them—I like my fragrance to represent the strength in that. But if I’m having a more casual day, then my fragrance will be lighter. It’s a kind of a post-feminist way of thinking about it. Sometimes I’ll use my boyfriend’s fragrance. His Margiela scent is wonderful." (click here for the full interview at Into the Gloss)


For me, this is the perfect explanation, or translation if you like, of what a perfume can represent in your daily life. Yeah, sounds big, but in fact it’s quite simple. So here’s a nice tip: be as careful with what your fragrance as you are with your accessories and clothes. It can send a quite strong message, so what’s the message you’ve been sending? I like subtle and delicate things in all matters, so I believe a nice fragrance can send the perfect message if you like to style yourself in that ‘less is more’ manner.





Photo by Emily Weiss, Into the Gloss.

5 February 2014

Soldes or sales.

Hey você, que está de férias ou de passagens compradas pra Londres, que tal dar um pulinho, bem rápido, numa Zara local pra espiar o restinho das promoções de inverno? Você pode se dar bem e encontrar coisas lindas (no seu tamanho, milagre!!) como essa sandália (!!!) com 80% de desconto o que, na Inglaterra, significa pagar menos de £12!
Mas lembre-se das palavras sábias de Constanza Pascolato em O Essencial: ‘não compre por impulso aquela peça super exótica da coleção passada só porque ela está praticamente de graça, afinal, se ninguém a quer deve haver um bom motivo’, a não ser que seja algo que você deseja muito e que já estava incluído em seus planos. Então invista em peças atemporais, mas com toques atuais que vão durar algumas estações e não cairão em algum canto escurinho do seu guarda-roupa (ou closet pra quem tem espaço pra ter um).


***

Hey you, who’s on vacation here in London or who’s planning on coming over for a city break (in the city? Sure, Gabi.), how about a quick pit stop at a local Zara to check out the final reductions on the winter sales? You might ‘get lucky’ and find an item 80% off which, in England, means paying less than £12!

But, if I may, a quick piece of advice from Constanza Pascolato in her O Essencial: ‘don’t be impulsive to buy that super exotic piece from last season, which seems to have mysteriously survived the sales. After all, if no one wants it, there must be a good reason for that’, unless it’s something you’ve been craving for ages and is included in you shopping plans. So invest on timeless pieces with a contemporary take, they’ll last for seasons and won’t be lost in the dark corners of your wardrobe (or closet if you have space for one).






3 February 2014

Generosity


Vocês já devem ter percebido que eu tenho um certo encantamento excessivo por pessoas que transitam entre duas carreiras ou que já fizeram a complicada migração entre duas ou mais áreas. Vide minha entrevista com a Matilda Temperley sobre o tema.

Um elemento que de cara me chama a atenção dentro desse universo fluido de desejosos e ansiedades profissionais e pessoais se chama generosidade. Sim, isso mesmo que vocês leram. Generosidade com quem está começando, com quem está aprendendo, com quem precisa de ajuda e de carinho. Carinho mesmo, porque não?

Eu tenho alguma pouca sorte nesse quesito e já vivenciei um tiquinho dessa generosidade, talvez uma resposta cósmica ao fato de sempre ter sido generosa com quem me pede conselhos ou alguma ajuda na minha área*. Vez em quando recebo carinho em forma de generosidade de algumas pessoas dentro dessa área na qual estou a me embrenhar há alguns meses: a moda e seus afins. Em uma entrevista a Garance Doré, Nina Garcia, diretoracriativa da Marie Claire (entre outras tantas coisas) disse algo super revelador, porém um tanto óbvio sobre generosidade profissional: ‘I love to mentor young talent’ [eu amo aconselhar, treinar jovens talentos’]. Nina faz referência aos jovens editores que ela ama descobrir e colocar a seu lado no trabalho, algo que, segundo ela, traz frescor e inovação não só à revista, mas ao próprio trabalho dela. ISSO, meus amigos queridos, se chama generosidade profissional – com altas pitadas de empreendimento e interesse pessoal também, claro, isso também é preciso e faz parte do processo, tudo são interesses e isso não é necessariamente ruim, ok?

Eu sinto muita falta disso, não só nesse meio doido e tão “aberto” que é o universo da moda e da plasticidade, mas também no meu próprio meio de partida, o meio acadêmico. A generosidade de profissionais já estabilizados, que podem não só aconselhar, mas abraçar jovens talentos e profissionais que tem tanto desejo e força de vontade de crescer e que só podem acrescentar ao que já esta estabelecido numa revista, numa redação, num departamento acadêmico, num blog, numa plataforma de informações, num balcão de loja, etc.

Eu ainda – sim – fico boquiaberta com a falta de carinho e generosidade que vejo e vivencio cotidianamente em vários segmentos; me impressiona como as pessoas esquecem como é começar, como é não ter o nome ainda ressonante numa dada área, num determinado nicho. Como é difícil o começar do zero... Não confundam isso tudo que estou abrindo com inocência ou tolice, eu sei diferenciar generosidade do interesse negativo (aquele que machuca) e não sou tão bobamente romântica e iludida com as coisas como pode parecer. Aliás, ilusão, um tema complicado. Me refiro apenas ao fato das pessoas alcançarem seus sonhos, desejosos, os ‘goals’ (amo esse termo) e abstraírem do caminho todo que percorreram e de todas as mãos que foram importantes pra elas chegarem até lá – seja o 'lá' onde for.

Eu sempre lembro desse tema quando dou aulas aos meus graduandos, sempre mostro a eles que, assim como eles, eu já estive ali, sentadinha, escondida e não faz muito tempo. Eu também fui aluna e ainda sou, felizmente! Aprender é um ato aberto e contínuo.

Acho que não preciso dizer mais, preciso? Boa semana a todos!


‘There are times when a critic truly risks something and that is in the discovery and defence of the new. The world is often unkind to new talent, new creations, the new needs friends’, Anton Ego (Ratatouille, 2007)





* Acho que nunca especifiquei minha área de atuação por aqui, né? Eu sou doutoranda em Medieval Studies pelo King’s College London (Inglaterra). Trabalho com materialidades aristocráticas insulares, basicamente transito entre História e Literatura. Desde janeiro de 2013 dou aulas pra alunos do primeiro ano de graduação em English Studies.



1 February 2014

Copy + Paste

Estava organizando algumas pastas por aqui e também o meu armário e me deparei com as novas coleções primavera/verão em alguns sites de E-commerce. Chegamos àquela época do ano em que ter que usar camadas de casacos começa a literalmente encher o saco (com perdão da palavra) e o povo aqui no hemisfério norte começa exibir um sentimento nostálgico e uma certa melancolia invernal, postando fotos do último verão com hashtags #missingsummer #missingthis, entre outras. No meu caso (podem ver pelo Instagram) eu começo um movimento esquisito de reorganizar armário na esperança (ilusória) de que em algum momento conseguirei sair apenas de sapatilhas (aii Tom's) ou sapatos abertos e de cotovelos à mostra.

Enfim... Grande parte desse sentimento confuso e um tanto coletivo por aqui é reforçado pelas vitrines das lojas que já estão exibindo as coleções de primavera/verão. Os manequins de saias e a gente congelando em roupas no estilo cebola - camadas e camadas. Que injusto!
A espanhola Zara, queridinha de muita gente (e com razão), é famosa por traduzir tendências das passarelas e de marcas ditas de luxo em velocidade máxima e preços super módicos, leia-se acessíveis. E nessa vibe melancólica de desejo pelo verão que virá daqui alguns meses ainda, encontrei um exemplo quase que crtl C + ctrl V de uma das peças da nova coleção da marca, que "parece" ter inspiração na francesa Chloé!


***

So I was browsing some files and blogs this afternoon and I came across some of the SS 2014 collections. We've come to that time of the year when wearing layers and layers of coats becomes so annoying we can only think "shit, this weather really sucks" (sorry for the language!), and suddenly posts/pics with melancholic hashtags like #missingsummer start to pop up all over Instagram. If you check mine, you'll see that in my case I get the weird habit of re-organising my wardrobe as if in a silly attempt to have some hope that the sun will soon shine again and I'll be able to wear my Tom's and walk around the city bare armed. **keep dreaming**

Meanwhile, I do believe this nostalgic summer vibes become more resonant as the SS collections hit the stores and have to face mannequins in tiny skirts and seductive sandals while we cover ourselves in layers and layers of 'onion styled' outfits. So unfair, don't you think?
The globalised Zara is famous for its express translations of catwalk trends from luxury brands into highly viable economic pieces. While browsing SS collections to nurture my summer nostalgia I came across a nice pair of sandals from the brand which made me feel a bit like seeing a crtl C + crtl V of a pair of embellished neoprene slides from Chloé's SS collection.


Zara SS 2014


Chloé SS 2014



O que acharam? Já pararam pra ver de onde saem as referências da sua fast-fashion favorita? Bom, pra mim fica aqui uma provinha de verão, mesmo que só na vitrine por enquanto.

***

What do you guys think? Have you ever wondered where the references of your favourite fast-fashion come from? Well, for me it's just a little taste of Summer, even if only through the shop window.