25 April 2014

Intimacy

Yep, the intimacy of a very spontaneous laugh.


Recentemente comecei o terceiro capítulo da minha tese. Não, não estou me gabando disso, até porque só me gabarei quando escrever uma tese inteira e for reconhecida por isso. (Rs) Esse capítulo é, de longe, meu favorito, sabe porque? Porque ele toca em questões que me encantam demais e, ao mesmo tempo, me assustam pela subjetividade. Nele eu discuto políticas da intimidade, a intimidade como um conceito que precisa de um contorno material pra acontecer.

Ih, não, não, sem blábláblá acadêmico! O que a intimidade significa pra mim não precisa de definição teórica nem de autor boladão (só pra descontrair) pra me dar uma explicação. Intimidade é um modo de me relacionar com pessoas e com o mundo, mas, acima de tudo, é um modo de percepção de mim mesma dentro do mundo e junto das pessoas. Ficou confuso? Lembra quando conversamos sobre o ‘effortless style’ há algumas semanas? Quando a gente pensou sobre esse estilo ficou claro que pra dialogar com ele a gente precisa ter uma percepção minimamente definida do que a gente é e do que a gente quer, ou seja, precisa de autoconhecimento (e que isso leva um tempinho). Esse conhecimento de si mesmo vem da intimidade! Ela permite que a gente se ache, se conheça, se perceba de formas bem diferentes. É a intimidade consigo mesmo que faz alguém parecer tão confortável no próprio corpo, nas próprias roupas, atrás dos óculos, dos cabelos trançados, das botas roxas, da Céline preta, da camiseta de futebol, do véu, do boné, do sobretudo com spikes, da tatuagem com a assinatura do Gandalf, da estrelinha rosa tatuada no pulso, da capa da revista, em frente a um auditório lotado, atrás da tela do computador, atrás da assinatura de um blog.

A intimidade pode ser desconfortável e se ela o for a gente vai pensar em como sair desse desconforto, mas ela também pode tirar alguém da zona de conforto e o colocar no mundo. Intimidade significa comunicar, disse uma teórica bacana, então que a gente tenha cuidado e carinho ao ser íntimos com o mundo e com nós mesmos. E tudo me leva de volta ao effortless...

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So recently I’ve just started writing the third chapter of my thesis. No, I’m not bragging about myself, if I ever end up doing that it’ll be when I actually finish a thesis and get recognition for it. This chapter is, by far, my favourite and also the scariest of all, why? Because I talk about the politics of intimacy where intimacy needs a material shape to have meaning.

‘Oh, no Gabi, please, no academic blablabla!’ of course not! What intimacy means to me does not need a super über scholar to support it. Intimacy is a way of bonding with people and the world, but, above all, it’s a way of identifying or locating our own place in the world and amongst people. Too confusing? Ok, remember when we talked about the effortless style a few weeks ago? We ended up concluding that being effortless means knowing ourselves so well that we can get along and feel comfortable in different situations and, mostly, under any kind of sartorial statement. To be able to know ourselves, to gather that self-confidence we need to be intimate with ourselves! Intimacy allows us to be closer to our own body, our own opinions, thoughts, fears, feelings and that, somehow, leads us through an interesting path to self discovery. (Oh dear, that was way too philosophical).

Anyways, I believe that when people can afford being themselves their most intimate companions, they tend to look pretty comfortable in their own body, behind their clothes or their reading glasses, their braids, their purple ankle boots, or when carrying a black Céline, wearing a football T-shirt, behind a veil, a cap, carrying around Gandalf’s signature tattooed on their right shoulder or a tiny pink star on their wrists, or on the cover of a magazine, in front of a 300 people audience, behind a computer screen, behind a blog’s authorship.

Intimacy can be pretty uncomfortable and if it is we’ll definitely figure out a way to change it, but it can also take us out of our comfortable zone pushing us into the world. ‘To be intimate is to communicate’, stated Lauren Berlant, so let us be careful and thoughtful (and kind, please) when becoming intimate with the world and with ourselves. In the end, don’t know why, it all leads me back to the effortless.

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